Zona de conforto

Entendendo um pouco mais sobre a Zona de conforto.
Nos dias de hoje, podemos observar uma quantidade grande de pessoas relatando ter dificuldade de enfrentar seus medos, seus problemas, de ir em busca de seus sonhos, de arriscar, de vencer obstáculos.
Esse conjunto de inseguranças é o espaço ideal para o surgimento da zona de conforto que é a responsável pela perpetuação do estado de angustias, TAG, depressão entre outros transtornos psíquicos.
Segundo a OMS existem mais de 18 milhões de pessoas que sofrem com ansiedade no Brasil, e que bateu o recorde de casos de depressão na américa latina. Apesar das estatísticas neste texto se voltarem para o Brasil, é necessário refletir sobre as questões que envolvem esta problemática e que acomete todos os países, sem distinção ocupam todas as esferas sociais.
Podemos dizer que há uma relação entre transtornos mentais e zona de conforto. Essa expressão é muito utilizada pelas pessoas para explicar um fenômeno de adaptação ao meio, as circunstancias, um modo que as pessoas encontram de permanecer no mesmo lugar, aquele local que consideram confortável, conhecido e familiarizado.
Como o Ego atua? Mecanismos de Defesa
E o que tem de ruim numa “zona de conforto”? Porque ao invés de ajudar ela pode prejudicar quem nela insiste em permanecer?
O psicanalista Freud explica.
Freud explica de forma muito clara como o ego atua, e como ele é responsável por nos manter numa zona de conforto através dos mecanismos de defesa, que como o próprio nome já diz, existe como objetivo de proteger o individuo de tudo que possa representar um risco a sua psique.
O ego é aquele que administra os prós e contras de uma ação, ele atua pelo principio da realidade, esta sempre buscando evitar o perigo e adequar o individuo a realidade e a civilização.
Dessa forma, os mecanismos de defesa tem como foco principal impedir a vivencia de sofrimentos que o sujeito não está preparado para encarar, ou seja, essa é a razão pela qual muitas vezes as pessoas ao invés de lidarem com seus medos e problemas, preferem ignora-los e projeta-los no outro, evitando a todo custo resolve-los.
Confrontar um mal-estar exige um gasto alto de energia psíquica, o ego age para manter o funcionamento da nossa mente sem alterações ou mudanças significativas, ou seja, ele tem tendência de economizar tais energias. O ego faz com que o individuo se acostume a sua situação, por pior que ela seja, porque há uma grande economia de energia na repetição, perpetuação e replicação.
O Novo, a solução
O novo assusta, o desconhecido traz incertezas que causam angustias, e sair da zona de conforto, significa romper certezas, crenças, conhecimentos adquiridos no passado, na maioria das vezes faz com que a pessoa acredite que talvez seja melhor permanecer na inércia (zona de conforto) do que romper com os seus medos e lançar-se numa nova caminhada.
Então, para sair da zona de conforto é necessário CORAGEM.
É necessário criar uma nova PERSPECTIVA de vida.
Podemos dizer que, quando alguém deseja dar inicio a algo novo, seja aprender alguma coisa, entrar numa faculdade, entrar na academia, começar a frequentar uma igreja, ou mesmo quando deseja sair de uma depressão que há anos o atormenta, se livrar de transtornos metais que o aprisionam, entende-se que para tal realização demandará uma quantidade de energia bem maior do que a energia da situação que esta no presente.
E ainda que o objetivo da concretização desses desejos seja legitimo, haverá muito esforço, tempo, disposição, empregada para que eles de fato se realizem.
Portanto, para sair da zona de conforto, é necessário muito mais do que um simples desejo, ou vontade, e sabendo que o funcionamento dos mecanismos de defesa quem nos mantem nesse lugar é de ordem inconsciente, faz-se necessário agir de forma assertiva para trazer o inconsciente ao consciente, e assim realizar a mudança, a cura, a transformação que tantos almejam.
A analise psicanalítica é um dos meios pelo qual se pode fazer tal movimento em direção ao autoconhecimento e a liberação daquilo que mantem as pessoas presas aos transtornos mentais.
CONCLUSÃO
Através da terapia analítica, o processo de sair da zona de conforto pode ser viabilizado.
Sendo assim, a respeito de toda essa discussão levantada sobre os mecanismos de defesa do ego, a solução que Sigmund Freud propõe de forma categórica e resumida é: “Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.”
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